quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

O Deus das Moscas

O Deus das Moscas

Autor: William Golding
Data de Publicação: 1983
Editora: Portugalia
Páginas: 266
ISBN:



Sinopse
"Publicado originalmente em 1954, O Deus das Moscas de William Golding é um dos mais perturbadores e aclamados romances da actualidade.

Um avião despenha-se numa ilha deserta, e os únicos sobreviventes são um grupo de rapazes. Inicialmente, desfrutando da liberdade total e festejando a ausência de adultos, unem forças, cooperando na procura de alimentos, na construção de abrigos e na manutenção de sinais de fogo. A supervisioná-los está Ralph, um jovem ponderado, e o seu amigo gorducho e esperto, Piggy. Apesar de Ralph tentar impor a ordem e delegar responsabilidades, muitos dos rapazes preferem celebrar a ausência de adultos nadando, brincando ou caçando a grande população de porcos selvagens que habita a ilha. O mais feroz adversário de Ralph é Jack, o líder dos caçadores, que consegue arrastar consigo a maioria dos rapazes. No entanto, à medida que o tempo passa, o frágil sentido de ordem desmorona-se. Os seus medos alcançam um significado sinistro e primitivo, até Ralph descobrir que ele e Piggy se tornaram nos alvos de caça dos restantes rapazes, embriagados pela sensação aparente de poder."

Dos cinco livros que se encontravam na minha mesinha de cabeceira para o Desafio 1, este era o livro que eu conhecia menos, nunca tinha tentado lê-lo, nem sabia do que se tratava. Comecei por ler as sinopses dos cinco e fiquei presa ao Deus das Moscas. Simplesmente genial (tendo em conta que foi publicado em 1954) a ideia de pegar no que de mais puro existe na humanidade - as crianças, isolá-las de influências externas, colocá-las num ambiente com recursos e com algumas dificuldades e esperar para ver. A ideia poderá não parecer original, depois de já termos visto series, filmes e livros na mesma linha, contudo mesmo 50 anos depois de ser publicado pela primeira vez, consegue ser simplesmente magnífico. Actual e arrasador.


Começando pela escrita, e mesmo tendo alguns pontos para apontar à tradução, tem uma escrita envolvente. Consegue pintar o quadro da ilha paradisíaca com toda a sua beleza, assim como dá-nos pormenores belíssimos sobre as sombras, os sons e os cheiros que vão rodeando o grupo de miúdos. Conseguimos sentir-nos presos à ilha ao Rafael e ao Bucha. As personagens serão outro ponto forte do livro, personagens simples de inicio por serem crianças, mas que se vão desenvolvendo numa espiral de acontecimentos. As pistas são-nos dadas ao longo do livro, primeiro de um modo suave e disfarçadamente, até atingir em cheio os mais desatentos.

Um livro complexo não na maneira de como o podemos ler, pois tem uma escrita acessível e nada pesada, mas sim na maneira como o lemos e como o entendemos. Se olharmos um pouco para alem das simples crianças que brincam na areia, poderemos ver um desenrolar sobre aquilo que o homem é capaz de fazer.

Nascemos bons e a sociedade faz o resto, ou nascemos todos já com maldade?

Sem comentários: